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As queimadas na Amazônia, o agronegócio brasileiro e a CEE

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Renato Gennaro, Sócio Fundador da MAC Gestão e membro da Diretoria da Associação Comercial de São Paulo, explana o seu ponto de vista em relação ao tema tão debatido nestes últimos dias, as queimadas na Amazônia, sobre o que está em jogo para o agronegócio brasileiro e as ameaças de países europeus.

Minha visão é que o assunto não pode ser avaliado somente por um prisma. Seguem alguns pontos. A visão final - quem corre o risco de sair perdendo é o Agronegócio Brasileiro - pois este acordo beneficiaria e muito este importante setor e, respectivamente o resultado de nossa balanço comercial.
Mas vale ressaltar que o Brasil sempre foi e é um concorrente muito pesado dentro do Agronegócio Europeu - principalmente com relação a culturas de açúcar e pecuária - carne bovina.


Entendo que qualquer movimento no Brasil que tenha repercussão internacional pode afetar o comércio do Agronegócio com o MCE. Pois além do custo produtivo desta região do mundo ser alto, a qualidade de nossos produtos são infinitamente superiores. E sempre seremos uma ameaça.


Do lado do Brasil, precisamos levar a sério a gestão e administração da cadeia produtiva, pois após todos os anos de descaso em relação ao Agronegócio (sem investimentos e alinhamento do grande propulsor e garantidor de nossa balança comercial), praticamente nada foi feito no sentido de garantir qualidade e rastreamento com foco em ser sustentável. Ou seja o Agronegócio é realmente o “Milagre dos Séculos” pois sem quase absolutamente nenhuma atenção e investimento, conseguiu um lugar de destaque no cenário mundial.

Minha visão e sentimento está pautado no jogo que os demais competidores (players) já visualizam esta ameaça no médio prazo (pois a evolução do setor vira, principalmente com a Transformação do Poder e política brasileira).


Com isto o quanto estes competidores (principalmente o Mercado Comum Europeu) puder retaliar e retardar este movimento e crescimento natural, irá fazê-lo.Pois ganharam sobrevida e quem perde neste curto-prazo é o Brasil.

Por isto necessitamos urgentemente uma estratégia e posicionamento interno com um MAPA estruturado e atuante (com uma interação e integração muito próxima e íntima) em vários blocos e setores:

  • Iniciativa Privada - no sentido de garantir qualidade, produtividade, rastreabilidade e abastecimento;

  • Entidades de Classe - no sentido de obter representatividade nacional e internacional; Política Externa claramente definida - assim conseguiremos uma estratégia de negociação de longo-prazo;

  • Visibilidade - demonstrar seriedade e bom senso nas definições e discussões que nos envolvemos (certas discussões e polêmicas não ajudam em nossa imagem e visão de seriedade).

Caso tenhamos êxito, o resto do mundo irá reconhecer que apesar das polêmicas, o esforço para combater esta situação é momentâneo e temos capacidade, competência e principalmente abertura para apoio na resolução destes problemas, sem ferir nossa soberania e integridade.

Estamos em uma nova era, uma mudança de gestão. Não se consegue acertar 16 anos de governos anteriores em 8 a 10 meses ou até 4 anos de governo.
Mas com Seriedade, Sobriedade, Inteligência Emocional, Integração Campo/Lavoura, o Agronegócio pode até ter uma sensação de perda no curto-prazo mas nao tenho duvidas do posicionamento no médio longo no cenário internacional.

Junta-se Integração da Cadeia, Comunicacao do que fazemos aqui e principalmente Automação e Aplicação de conceitos de Digital/Indústria 4.0

É o nosso grande segmento - reconhecido inclusive pela ONU. O que acontece é que estamos sofrendo uma ataque de mercado. Nossa concorrência, que nos caso é a UE. E será assim por um longo período de tempo.